Poucos países apresentam um crescimento tão expressivo no agronegócio quanto o Brasil, são toneladas de grãos e essa produção exige grande demanda de recursos naturais, seja solo, água e floresta, esses são explorados de maneira inadequada e comprometem a sustentabilidade, causando impactos ambientais como erosão, compactação do solo, assoreamento de aquíferos, impactos esses que muitas vezes acabam afetando a fertilidade do solo e a biota.
Diante dessa realidade ainda se tem os produtores rurais que fazem parte das comunidades tradicionais, esses tem métodos diferentes dos grandes produtores e latifundiários, pois, insistem em um cuidado da natureza e partem de um conhecimento local e saberes tradicionais, apresentando então um novo modelo de produção e manejo que consiste em um plantio em SAFs (sistemas agroflorestais) e plantio de sementes em consorcio ou ainda criação de animais, ou seja, os SAFs são modelos de produção que associam árvores com culturas agrícolas e, às vezes, também com animais, de maneira simultânea ou sequencial.
Há ainda diversos benefícios que não só dizem respeito ao meio ambiente como ao próprio produtor ao desenvolver uma produção de SAFs silvipastoril, esse que além da diversificação da produção na propriedade gerando produtos e lucros adicionais, contribuem também para a diminuição dos impactos ambientais negativos sobre as pastagens, o que permite reduzir, por exemplo, a dependência externa de insumos, intensificando o uso do recurso solo e seu potencial produtivo em longo prazo (RIBASKI et al., 2001).
Nos primeiros levantamentos realizados por Montoya e Mazuchowski (1994) na região do Paraná constataram a existência de diferentes sistemas silvipastoris, geralmente localizados em pequenas e médias propriedades rurais. Nessas associações de pastagens há presença de espécies nativas, como os sistemas com bracatinga (Mimosa scabrella Benth.) e a erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.). Na proposta apresentada aos agricultores se tem então uma diversidade de árvores nativas, um conjunto de árvores que vão ajudar o solo e outras frutíferas que os produtores poderão utilizar para produtos secundários, ou ainda as árvores lenhosas, todas tendo sua importância para o Sistema Agroflorestal.
Um exemplo de sistema agloflorestal eficiente é o cultivo arborizado de café, pois, nesse sistema reduz-se a necessidade de capinas e o fruto amadurece mais lentamente, resultando na produção de grãos maiores e mais uniformes - o que, muitas vezes, caracteriza produtos de melhor qualidade e valor de mercado.
É interessante ressaltar que nesse tipo de cultivo onde há a associação de árvores ou arbustos (geralmente fixadores de nitrogênio), estes são podados periodicamente para utilização dos caules e das folhas como cobertura vegetal, para promover melhorias na fertilidade do solo ou para utilização como forragem de alta qualidade para alimentação dos bovinos.
Por Ingrid Zambilo e Tainá B. Stadler
Exemplos de Agrofloresta (Imagens ilustrativas)